Poemas alheios
Capítulo XIII do "Tarjuman al-Ashwaq",
de R. A. Nicholson
Um pássaro triste canta,
e tal canto
pesaroso caiu
sobre um
melancólico amante.
Dos olhos de todos
jorram as lágrimas
fontes fossem.
Falo com ela, enlutada estava, pela perda
de seu filho único;
que enlutado é o estado
de todos que
o filho único perderam.
Falo com ela
com o amargo Pesar entre nós;
eu a via claramente,
ainda que invisível estivesse.
E queimava-me o desejo
e o anelo amoroso das
arenosas paragens de 'Álij,
onde ficavam ela e suas tendas,
e suas donzelas
de olhos penetrantes como espadas.
Mantive ocultas minhas lágrimas,
e, minha paixão,
escondi dos meus juízes
até que o grasnar do corvo
anunciasse suas partidas,
denunciando, assim,
minha sofrida dor de apaixonado.
Seguiram
a jornada pela noite.
Sob arreios seus camelos choravam,
como eu sob o peso do amor.
Ah! Se é fatal a dor do amor
quando
separados do amado,
é luz, ainda que também seja dor,
o amor
quando estamos juntos.
Não me culpem por desejá-la.
Será minha bem-amada,
por onde quer que vá.