sábado, 28 de julho de 2018

Terremotos em nossas vidas


Cenários apocalípticos
em meus sonhos
são uma constante.

Neste,

tudo começou com ela
tão arredia
diria
aristocrática
a gentileza de fidalgos

mas agora já no sonho
toda beijos e abraços
e línguas
sinuosas.

Então abalo sísmico
chãos que tremem
ondas e silvos

torres tombando
e explosões.

Tentamos nos proteger,
em vão, quem sabe?

Talvez a onírica metáfora
seja esta:
           elas, sempre elas
          são terremotos
          em nossas vidas.



quinta-feira, 19 de julho de 2018

Ela que brilha como o sol quando sorri


Poemas alheios

Capítulo III do "Tarjuman al-Ashwaq",
do Shaykh al-Akbar [Grande Mestre]
Ibn al-Arabi
a partir da versão em inglês 
de R. A. Nicholson

Vós, razão e fé, meus dois
          únicos
amigos

passai por al-Kathib
tornai por La'la
e, então
buscai
          pelas águas de Yalamlam.

Pois lá, vós o sabeis,
estão aqueles
a quem pertencem
          o meu jejum
          a minha peregrinação
          meus lugares sagrados
          e dias santos.

Seu lugar de meditação
-não permitais que eu esqueça!-
          é meu coração

seu lugar de sacrifício
          minha alma

e meu sangue
         seu manancial.

Ó condutor de camelos
caso peregrinares
faze assim:

- para teus animais um pouco
e saúda, naquelas tendas vermelhas no pasto,
aqueles que, distraídos,
anseiam por ti.

Caso respondam tua saudação
permite que o vento oriental devolva tua paz [as-salam] a eles;
caso silenciem, contudo
segue com teus camelos

para o rio de Jesus
onde as montarias repousam
e as tendas brancas se espraiam.

Lá, então,
chamai por quem responda
se lá, em al-Halba
estará ela
ela
a que brilha como o sol quando sorri.



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