sábado, 25 de março de 2017
Companhia para a vida toda
Não tenho amigos.
Digo
até os tenho
mas à distância.
O destino nos separou a todos.
Alguns, anos depois
mal reconheci.
Melhor deixá-los para trás
uma doce lembrança
de tempos antigos.
Não me incomoda isso,
de ter poucos amigos.
"Não fui amado pela única grande razão —
Porque não tinha que ser",
disse Alberto Caeiro.
Eu, também, sem ser amado
ou sem sê-lo como gostaria
sozinho, eu e eu
quando vou ao bar é melhor.
Sem amigos e toda a
tagarelice
posso, em sossego,
sacar a caneta
e escrever poesia
porque, diabos
a poesia
já em si
é companhia
para a vida toda.
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