Hoje, na hora de dormir,
meu filho de 6 anos
desandou a chorar —
me perguntou se eu morreria
se ele morreria
para onde iríamos
o que aconteceria
e que não queria que eu morresse
e que não queria morrer
e assim por diante.
Procurei as palavras certas
para acalmá-lo
e fazê-lo parar
de chorar.
Mas se eu próprio aos 42 anos
não consigo compreender
como traduzir
para uma criança
a inexplicabilidade da morte?
Acabei optando por dizer
que a vida é bela
que estamos vivos
e que, ei!,
vamos brincar
e aproveitar.
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